quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Eu, o Tommy e dinheiro...

Essa é uma trinca muito complicada...

Sempre achei que quando eu tivesse filhos, faria isso, aquilo ou aquilo outro, mas dai vem a prática e nem sempre acontece como a gente imaginava.

Tudo é mais complexo, intenso, subjetivo!

Quando eu era criança, presente (principalmente brinquedos) era só: Natal, aniversário e Dia das Crianças. Ir ao Mc Donalds era um passeio especial, com direito a roupa bonita e tudo mais!

Hoje em dia, tudo isso virou quase que diário. Brinquedo agora vem junto com chocolate. E tudo muito mais barato, portanto acessível.

Assim, fica irresistível deixar o meu filho feliz em ganhar um brinquedinho quando vamos ao mercado ou shopping, almoçar no Mc porque já ganha o brinquedo do filme que está agora no cinema (e muito mais barato que os oficiais), um DVD ou livro na Saraiva, ou incrementar a coleção de Hot Wheels, Pokemon (daquelas máquinas de R$ 1,00) ou qualquer miniatura que ele queira colecionar.

Isso causa (e tá causando – em todos os sentidos da palavra) o terrível consumismo! (uma daquelas coisas que eu sempre disse que não deixaria um filho meu ser)

Tudo que o Tommy vê ele quer! Ainda não fez escândalos, mas ele “causa”.

Mas nos últimos meses (devido aos últimos acontecimentos emocionantes das nossas vidas: compra do apê, saída do emprego, decisão de ser freela, etc) estou segurando a grana ao máximo, o que para mim significa segurar a mão e deixar de comprar supérfluos. E os primeiros da minha lista foram: os mimos diários para o Tommy. Mesmo porque ele tem muito brinquedo!!

E desde então, estamos vivendo “em pé de guerra”, rsss. (o que eu não estou achando ruim, não, viu!!)

A primeira briga foi ter que convencê-lo de que era necessário vender o carro para dar entrada no apê. No dia que eu contei, ele chorou das 22h até a 1h da manhã, compulsivamente! Inconformado... E triste!

Ele não queria vender o carro! Deu trabalhão para convencê-lo de que era a melhor forma de comprarmos o apê, que depois a gente irá comprar outro... Ele só dormiu quando ele me fez garantir que iriamos comprar o nosso mesmo carro.

Depois disso, tivemos uma conversa bem séria, p explicar que agora a situação era diferente e que teríamos que parar de gastar muito dinheiro, que os passeios iriam diminuir (tbm pela falta de carro), que não ia dar p comprar um brinquedo cada vez que a gente saísse... Essas coisas.

Na hora ele fez cara de quem entendeu, que estava tudo certo, que não haveria problema... Mas eu sabia que não seria bem assim.

Na prova de fogo, no mercado, ele já entrou perguntando se a gente podia comprar um brinquedo, respondi que não e ele já começou a resmungar. Ficou de cara feia, toda hora voltava ao assunto.

Por fim, ele viu que era sério. Se conformou... Não tinha outro jeito. E eu confesso que fiquei triste também, mas era a primeira vez e que eu tinha q ser durona!

Outro dia ele reclamou que não tinha como passear porque a gente ta sem carro. Que ele me disse para não vender, que isso aconteceria... (falou tudo isso com tom de voz de bronca, como se ele fosse o pai e eu a filha que tinha feito a coisa mais estupida do mundo).

Agora ele já esta mais tranquilo, quando a gente vai aos lugares, ele me pergunta: “Mamãe, vc tem um dinheirinho para comprar alguma coisa pra mim?!” e não fica triste quando a resposta eh NÃO.

Sábado passado fomos à feira e ele viu um brinquedinho de uma ambulante. R$ 3,00. Antes de sair de casa eu perguntei se ele queria pegar moedinhas no cofrinho p comprar alguma coisa p ele. Logo que ele viu o brinquedinho, já pediu p comprar com o dinheiro dele.

Peguei as moedas, e como eram todas de valor baixo, deu um monte de moedas. Ele ficou horrorizado da quantidade de “dinheiro” que precisa p comprar brinquedos. Achei o máximo!!

E como eu disse, o processo (na prática) está sendo legal para nós dois:

Para mim porque eu realmente preciso parar de comprar tudo o que ele quer e aprender que às vezes deixar de comprar um agrado p ele não vai magoa-lo, nem nada.

E para ele aprender que tudo tem o seu momento, tem o seu preço e que tudo custa e às vezes é caro.

Tudo está sendo bom, até as coisas diferentes que fizemos nestes tempos (algumas inéditas): andamos de ônibus; paramos para comer pão de queijo na padaria, ao invés do Mc; tarde na piscina ou parquinho do nosso prédio. Além das muitas caronas, com direito a seguinte frase: “Não é tão ruim ficar sem carro, né mamãe! A tia Lêda e o vovô sempre levam a gente!!”

Mãe do menino Tommy