terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A terrível sensação de traição...

Domingo o Tommy foi dormir na casa do papai e os meus sobrinhos foram lá em casa.

Quando o Lucca entrou em casa, passou direto por mim e já entrou em casa gritando:

Cadê Tommy? Quero Tommy!!

E pra explicar p ele que o Tommy não estava que foi dormir na casa do papai dele?!

Ele ficou triste e começou a chamar o Tommy pela casa, depois de um tempo foi brincar.

No dia seguinte, quando o Tommy entrou em casa, ainda meio sonolento, ele vira e afirma:

O Lucca veio aqui mamãe?!

Eu ingênua respondi: ele veio ontem à noite! Perguntou por você e ficou triste quando viu que vc não estava.

Automaticamente ele começou a chorar:

Eu não acredito! Eu queria tanto ver o Lucca... Brincar com ele!! Ele não podia ter vindo aqui sem eu ta aqui...

Chorava de soluçar! Inconformado...

Eu nunca mais vou dormir na casa do meu pai! Queria ver o meu primo!! Tô com saudade dele!

No começo achei que fosse ciúme, mas pela reação de tristeza e desconsolo (existe essa palavra?!) percebi que era mais... Ele estava se sentindo traido!

Comecei a conversar com ele, com um baita peso na consciência. Eu sou TOTALMENTE contra mentiras, não minto nunca, principalmente para o Tommy. Mas vendo a tristeza dele (sim, ele ficou muito triste), cheguei a pensar que teria sido melhor não ter falado nada...

Coloquei-o no banho e fiquei conversando com ele, mas sem nenhum sucesso!!!

Daí tive a idéia de ligar pro meu irmão e ele concordou:

Liga pro tio e pede p ele NUNCA mais trazer o Lucca aqui se eu não tiver...

Liguei, falei com tio e durante todo o tempo da ligação ele ficava falando no fundo:

O tio falou “combinado”? Assim ele teria certeza de que o tio iria cumprir o combinado!

Acalmou, mas ainda ficou com aquela carinha de: fui traído! Ele ficou deitado no sofá, já pronto para ir pra escola, desolado...

Depois de um tempo, fui lá perguntar se ele queria que eu o levasse na casa do primo a noite:

Não mamãe! Eu queria brincar aqui com ele... Traz ele aqui hoje? Liga pro tio?! (e voltou a chorar)

Torna eu ligar pro tio, p combinar da noite...

Tudo isso me fez lembrar uma história minha de infância: quando minha avó materna era viva, nós sempre passávamos os Natais no sítio, com toda a família. Era a festa da primaiada!!

Mas o dia 25 de dezembro era certo eu, pai mãe e irmãos irmos almoçar na casa da minha avó paterna almoçar. Ir almoçar lá era legal, mas era (tbm) sempre um dia a menos no sítio.

Neste ano em questão, qdo voltamos da casa da Vó Cida, toda a primaiada estava feliz, dizendo eles foram ao Circo que estava montado na cidade do sítio.

Fiquei arrasada! Que traição... Porque eles não esperaram minha irmã e eu?! Pq não fomos todos juntos no dia seguinte? Eles não podiam ter feito isso com a gente!

Até hoje não sei se de fato eles foram ou não, se só brincaram conosco, mas o que ficou na minha lembrança foi essa sensação de traição.

Acho que essa foi a mesma sensação do Tommy...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Noite de folga (?/!)

Há uns dois anos, o que vou contar abaixo não existiria... rsss

Ontem o Tommy foi dormir na casa do papai. Ele ficou tão feliz (normal... ele sempre fica)! E eu também (opa...)!!

Há pelo menos um ano ele começou a ir dormir na casa do papai. Na primeira vez ele pediu p voltar p casa a 1h da manhã, nas próximas ele já ficou melhor, até chegar a pedir p ir dormir lá espontaneamente.

Já eu!... Desde a primeira vez eu fiquei mal, mas super feliz qdo ele pediu p voltar p casa... Nunca curti essa história dele dormir longe de mim, sou aquele tipo de mãe que quer o filhote SEMPRE debaixo da asa. Arrumava várias desculpas p não deixar, boicote msm, rsss.

Mas eu tive que concordar que não é justo com eles privá-los deste momento tão gostoso que é dormir juntos. Ainda mais vendo a felicidade dos dois depois destes momentos.

Aos poucos eu fui me acostumando, ao ponto de me sentir bem ontem!

Cheguei em casa no silêncio (algo raro), tomei um super banho de porta fechado (um luxo), deitei esparramada na cama (inédito) e assisti a novela das 9h (improvável, pq todas as TVs de casa já ligam no Discovery Kids)... Inteirinha!!! E ainda consegui emendar com o BBB...

Fora a noite inteira de sono!! Sem levantar p ir ao banheiro ou se já fez xixi na cama, para ver se está muito quente ou muito frio...

Acordei mais disposta até! E quando ele chegou foi aquela festa, aquele abraço gostoso, cheio de carinho.

No final das contas, tô até gostando dessa folguinha no meio da semana... Um dia pra eu ficar de bobeira!!

:D

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Uma semana fora de casa...

Quando ganhamos a concorrência do evento eu já pensei: iiiiiiiiiiiiiiiiii... Vou ter que ficar uma semana fora de casa, e em Porto de Galinhas/PE, longe para caramba!!
Normalmente eu viajo muito, mas sempre por poucos dias, duas noites fora em média. Mas 7 dias! Nunca...

Comecei um mês antes a prepará-lo para ficarmos esta longa semana longe.

Sempre que falava, percebia que ele meio que ignorava ou não queria ouvir, assimilar, sei lá o que passava na cabecinha dele.

Na semana anterior a viagem, já tive que chegar tarde vários dias, por conta do evento e ele já sentiu.

No dia da viagem, tive que sair bem cedo por causa de uma reunião, não deu nem para me despedir, porque ele ainda estava dormindo... Já fui viajar triste.

Cada dia era pior que o outro... Ainda mais que no Hotel, onde estava acontecendo o evento, estava lotado de famílias com crianças, brincando, correndo, nadando, chorando, rindo... me cortava o coração ver aquelas crianças se divertindo, eu lá trabalhando e o Tommy em casa.

Era uma sensação tão ruim... estranho né!

Liguei várias vezes durante a semana, em vários momentos diferentes do dia e tinha hora que era pior, porque ele me atendia com a vozinha embargada, que parecia que tava segurando o choro (e eu do outro lado tbm, me segurando).

Ele começava bem, me contando as novidades, as coisas que aconteceram, mas no meio do caminho ele ia perdendo o entusiasmo, a voz ia ficando fraquinha até que vinha a pergunta trágica:

Mamãe, vc vai chegar rapidinho?

Pronto! Era só ouvir isso que já cortava o meu coração... que vontade louca de sair correndo, pegá-lo no colo, abraçá-lo e dizer: pronto meu amor, passou! Já estou aqui...

Cada dia tentei deixar alguma coisa legal p ele fazer:

No primeiro sábado ele passou o dia com a vovó Lú e a Titia Jéssica. Domingo, ele foi com a Cá, a Laurinha, a Andrea e o Heitor no show do Patati Patata.

Durante a semana, tentativas de ele dormir na casa da Laurinha, mas na hora H ele pediu p voltar para a casa da vovó Sueli e no dia de dormir na casa da vovó Lú, ele não quis nem sair de casa...

A véspera da minha volta foi o pior dia... A noite da quarta-feira quando eu liguei, minha mãe disse que ele havia dito de manhã que ele nem lembrava mais como eu era...

Nossaaaaa! “Meu mundo caiu...”

Fiquei numa tristeza... calada, afinal não podia deixar a peteca cair!

Na quinta, todas as vezes que eu ligava já falava toda feliz: amanhã eu já estarei ai com vc!! A minha mãe disse que ele passou o dia perguntando como fazer p chegar "amanhã"!

A sexta-feira pareceu demorar uma eternidade! Trânsito p ir pro aeroporto, avião atrasado, São Paulo que não chegava nunca!! Parecia que tudo ia dar errado.

Antes de embarcar liguei p minha mãe e ela disse que ele não queria colocar o pijama, porque naquele dia ele iria dormir em casa!

Cheguei mega tarde, mais tarde ainda por conta do atraso. Era 1h30 da manhã e ele estava dormindo com roupa normal, porque ele estava me esperando.

Cheguei bem pertinho dele e comecei a dar um monte de beijinhos... aos poucos ele foi acordando, quer dizer, tentando acordar, mas parecia que as pálpebras dele pesavam umas duas toneladas.

Peguei-o no colo, dormindo e fui indo pra casa. No caminho fui tentando acordar ele, mas sem condições.

Só quando coloquei-o na cama que ele realmente acordou. Abriu o sorriso mais lindo do mundo, chegou respirar fundo como quem pensa: até que enfim, vc voltou!

Me abraçou e ficamos lá um tempão... sem falar nada, sem se mexer... nem sei por quanto tempo.

Como já era meu aniversário, falei p ele me dar um beijo de parabéns (o mais delicioso do mundo).

Levei-o ao banheiro e qdo olhei ele estava parado na porta, me olhando, com aquela cara de sono máster, mas com um sorriso apaixonado (e apaixonante) no rosto.

Deitamos e dormimos a noite inteira abraçados, ignorando completamente aquele calor horroroso que fazia.

Mas, no final de tudo, fiquei muito orgulhosa do meu menino, porque eu sei que foi muito difícil para ele (minha mãe chegou a me falar depois, que algumas vezes achou que ele iria ter até febre de saudade) e apesar de tudo eu senti todo o esforço dele para ficar bem, firme e forte!

Meu menino tá crescendo...  

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Não, de novo não!!

Por algum motivo que eu ainda desconheço, Maria Beatriz voltou a mamar de madrugada. Faz o horário de quando ela mamava no peito: quase que de 3 em 3 horas.
Além de estar passando mal de sono eu estou enlouquecendo tentando descobrir onde foi que eu errei!

Sim, porque deve ter tido o primeiro dia em que ela pediu o mamá e eu dei. Mas não me lembro quando e como isso aconteceu.
E aí eu fico pensando como chegou a esse ponto.
Onde eu estava quando isso aconteceu?

E agora eu tenho que correr atrás do preju.
Porque do jeito que está, não vai dar certo.

Eu não sou daquelas que deita e dorme rapidinho. Conclussão: passo quase a madruga inteira rolando na cama.

Quando a gente acha que está tudo sob controle, surpresas aparecem!

Pois é....#vidademae.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Minha amada filha,

Hoje sua ida para a escola foi especial.

Já estamos habituadas a esse caminho, às cantorias e dancinhas, ao tchau para qualquer ônibus, caminhão ou moto que passa por nós...afinal, fazemos esse mesmo percurso desde os seus quatro meses de vida.

Você era um nada de gente.

Naquela época, tão novinha não entendia nada, não reconhecia a escola quando eu estacionava o carro, acho que nem percebia que eu me afastava, não fazia festa quando via seus amiguinhos e nem para as tias que cuidam de você. Naquela época eu não sentia muitas saudades suas também. Talvez por isso tenha sido mais fácil deixar meu bebezinho, tão pequeno e indefeso, o dia todo aos cuidados de outras pessoas.

Nosso começo foi bem turbulento. Muitas vezes eu me culpei (e às vezes ainda me culpo, coisas de mãe) por não ter te dado colo, amor e atenção quando o que você mais precisava era de uma mãe. Muitas vezes mesmo sem você entender te pedi perdão por qualquer mal ou trauma que eu possa ter te causado (já conversamos que a terapia é por minha conta). Quanto medo eu tinha de que a minha doença tivesse te prejudicado de alguma maneira e o quanto eu rezei e pedi com força para que você saísse ilesa daquela confusão toda. Só nós sabemos pelo que passamos.

E aí você cresceu. Virou uma menininha linda. Muito independente e determinada.

Hoje foi seu primeiro dia na sala de aula. E a sua firmeza e segurança ao entrar na escola, passando reto pela porta do berçário como se ela nem existisse, sem nem olhar para trás, me fizeram ter a certeza de que por mais que eu tenha sido ausente no seu começo de vida você está se saindo muito bem. E o meu coração se encheu de orgulho, felicidade e amor por você.

O que eu mais quero, Maricota, é que você seja plena e feliz. Que tenha segurança para experimentar, para passar pelas etapas da sua vida, aproveitando o melhor de cada uma delas.

Que as suas pernocas te levem longe, filha.

A minha maior felicidade é te ver crescer, se tornar uma pessoa inteira, certa do que quer. E você, do alto dos seus 1 ano e 7 meses, já sabe o que quer.

Eu não vou mais a lugar algum. Meu lugar é na Terra e não em Marte.
Vou ter os braços abertos e meu colo sempre, sempre disponível para você.

Sua mãe.

Mãe de Menina