quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Minha amada filha,

Hoje sua ida para a escola foi especial.

Já estamos habituadas a esse caminho, às cantorias e dancinhas, ao tchau para qualquer ônibus, caminhão ou moto que passa por nós...afinal, fazemos esse mesmo percurso desde os seus quatro meses de vida.

Você era um nada de gente.

Naquela época, tão novinha não entendia nada, não reconhecia a escola quando eu estacionava o carro, acho que nem percebia que eu me afastava, não fazia festa quando via seus amiguinhos e nem para as tias que cuidam de você. Naquela época eu não sentia muitas saudades suas também. Talvez por isso tenha sido mais fácil deixar meu bebezinho, tão pequeno e indefeso, o dia todo aos cuidados de outras pessoas.

Nosso começo foi bem turbulento. Muitas vezes eu me culpei (e às vezes ainda me culpo, coisas de mãe) por não ter te dado colo, amor e atenção quando o que você mais precisava era de uma mãe. Muitas vezes mesmo sem você entender te pedi perdão por qualquer mal ou trauma que eu possa ter te causado (já conversamos que a terapia é por minha conta). Quanto medo eu tinha de que a minha doença tivesse te prejudicado de alguma maneira e o quanto eu rezei e pedi com força para que você saísse ilesa daquela confusão toda. Só nós sabemos pelo que passamos.

E aí você cresceu. Virou uma menininha linda. Muito independente e determinada.

Hoje foi seu primeiro dia na sala de aula. E a sua firmeza e segurança ao entrar na escola, passando reto pela porta do berçário como se ela nem existisse, sem nem olhar para trás, me fizeram ter a certeza de que por mais que eu tenha sido ausente no seu começo de vida você está se saindo muito bem. E o meu coração se encheu de orgulho, felicidade e amor por você.

O que eu mais quero, Maricota, é que você seja plena e feliz. Que tenha segurança para experimentar, para passar pelas etapas da sua vida, aproveitando o melhor de cada uma delas.

Que as suas pernocas te levem longe, filha.

A minha maior felicidade é te ver crescer, se tornar uma pessoa inteira, certa do que quer. E você, do alto dos seus 1 ano e 7 meses, já sabe o que quer.

Eu não vou mais a lugar algum. Meu lugar é na Terra e não em Marte.
Vou ter os braços abertos e meu colo sempre, sempre disponível para você.

Sua mãe.

Mãe de Menina

5 comentários:

  1. Que lindo filhota!!!!
    É isso aí. Ser mãe é sentir todas essas emoções e muito mais. Vejo em você o que eu também senti e saiba que assim como vc tem orgulho pela nossa Maricota, eu tenho muito, mas muito e mesmo orgulho da mulher e da mãe que vc se tornou. Só não concordo que vc não vai mais a Marte. Vá sim, e se encontre lá com sua filha. Boa caminhada pras duas, meus amores....

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  2. amiiiga, não vale arrancar soluços assim de mim, de repente! Nossa!
    Joga fora essa culpa que não te pertence mais, pq vc acordou a tempo, voltou rapidinho pra terra, pra aproveitar aquilo que era seu por direito, e nenhum estrago foi feito, pelo contrário! relaxa!
    Te falo que tem muita mãe por aí, se achando a mais normal possível, que sai causando trauma em todos os filhos, não só na infância, mas pela vida afora, e tá tudo ótimo, os filhos é que são problemáticos!
    Te admiro, te respeito, estar com vc me faz muito bem, sempre! Adorei nosso almoço! beijos e parabéns pelo post tão lindo!!!

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  3. Seus posts estao emocionantes!!

    Beijos e fiquem com Deus

    Barbrinha

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  4. Cunha, lindo o post, emocionante mesmo! Acho que só quem é mãe deve sentir isso!
    Mas pela santa madalena (hahahaha...) pááááááára de falar de culpa, de traumas! Que raio de traumas vc acha que cousou a ela? Ela era como vc mesmo disse, um bebezinho que nada entendia, não sabia de nada! Era um bebezinho ótimo, sorridente, saudável, alegre... O trauma foi e ainda é sue honey! Pode ter certeza que muitas de nos passamos pela mesma coisa com nossas mães e nem nós nem elas sabem disso, pq antigamente nada se falava a respeito. E veja só como estamos? Lindas, leves e louras!
    Terapia pra ela? Vou dar um puxão de orelha como boa cunhada que sou! Cuida bem do SEU trauma, pq se vc. estiver bem ela nunca irá precisar de terapia. Afinal ela só tem 1 ano e 7 meses (hoje) e o futuro a Deus pertence.
    amo vcs 2!
    bjos

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  5. Eu entendo como deve ser difícil isso para você. Meu coração fica apertado quando o mais velho vai para a escolinha, imagine! Mas é um desapego que temos de praticar, aos poucos, pois não os criamos para nós, e sim para o mundo e, algum dia, eles inevitavelmente irão... Ainda bem que existem netos, hehehe!
    Bj
    Adri

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