Mais um susto...

Final de semana retrasado (21 e 22 de agosto) tinha tudo para ser super legal: fomos para o sítio no churrasco de aniversário do Tio Douglas (o novo primo da família Michaelli, namorado da Flavia).

Muito sol, piscina, criançada brincando, música, churras e muito truco.

No sábado à noite fizemos uma super cama na sala do casarão (uma camona, como o Tommy definiu) para dormirmos todos juntos naquela noite. Foi uma farra. O Tommy capotou antes das 9h de tão cansado que ele estava.

Enquanto arrumávamos as coisas p dormir, percebi q o meu pai deitou na cama de um dos quartos, apagou a luz, mas estava de olhos abertos, sendo que normalmente ele deita e dorme... Já achei estranho.

De repente, ele levantou reclamando de dor no estomago (e só dele reclamar, algo já estava errado msm), mas notei que a cabeça dele tava muito vermelha.

Foi ao banheiro, como quem iria botar o que estava incomodando para fora. Afinal, foi um dia de muita comilança no sítio. Voltou, deitou na nossa camona desta vez, ainda muito incomodado.

Na terceira tentativa de ir ao banheiro, ele voltou para a sala e disse baixinho para a minha mãe: “quero ir ao hospital...”

Ele já estava enfartando. Foi um "enfarto extenso" que durou das 23h do sábado até às 15h do domingo. Duas veias entupidas e uma das que já haviam sido tratadas tbm comprometidas.

Pela segunda vez: qdo eu estava grávida do Tommy ele enfartou pela primeira vez, como já contei pra vcs aqui no blog.

Eram mais de 11h da noite, levantamos, acordamos os que já estavam dormindo e saíram minha mãe, pai, tio Nelson (que mora no sítio) e o tio Wanderley.

Ele já foi direto para a UTI, onde ficou internado até ontem, quando foi para o quarto.

Na segunda feira tentamos transferi-lo para São Paulo, mas o cardiologista responsável não autorizou a viagem, pela gravidade do caso. Então, nos mudamos para o sítio: eu, minha mãe, minha irmã, o Tommy e os meus padrinhos. Uma nova rotina, cansativa e aliada à expectativa diária de notícias e melhoras:

Acordávamos 10h30, tomávamos café, banho, arrumávamos a casa. 12h almoço. Saíamos 13h para a visita, já que o sítio é em uma cidade e o hospital é em outra. Fora que no meio do caminho ainda passávamos por uma terceira cidade (tudo isso com uma estrada metade de terra, metade de duas mãos, recém asfaltado, sem calçada). 40 minutos chegávamos ao Hospital. Como na UTI a visita é restrita, quem não subia ficava no carro. A visita da tarde ia até às 15h. Voltávamos para o sítio, fazíamos um lanche e 18h saíamos de novo para a visita da noite. Chegávamos de volta ás 9h da noite, qdo jantávamos. Bem cansativo...

Fora que em todas as visitas o meu pai perguntava se o Tommy tinha vindo. Na segunda ele queria que o Tommy entrasse na visita. E no sábado, eu o deixei no sitio com as minhas tias e meu pai ficou decepcionado! “Porque ele não veio?! E o Lucca, tbm não veio?!”. Parecia que ele se sentia bem de saber que tinha mais gente lá fora...

Já o Tommy encarou super bem. Como ele não viu o meu pai passando mal, nem ele indo ao Hospital, contei somente no domingo de manhã, que o vovô tinha passado mal e foi ao médico para tomar remédio e que não sabíamos qdo ele voltaria.

Durante a semana, o Tommy virou o Rei do Sítio. Brincou um monte, corria por todos os cantos, pintou e bordou. Às vezes, cansava de brincar sozinho e me chamava. Esforçava-me e ia, queria que ele sentisse q estava tudo bem.

Um dos dias ele quis ir para a piscina. Tava muito calor, mas não o bastante para esquentar a água da piscina. Ele pulou de um lado e saiu do outro... tava muito gelada mesmo. Ficamos sentados na borda, brincando com os bonecos de heróis dele.

Às vezes ele me olhava e perguntava:
Vc tá triste?
Tô preocupada com o vovô...
Mas ele tá tomando remédio com o médico... (como quem diz: relaxa mãe... ele tá bem!)

Ou às vezes (sempre de manhã) ele vinha p me falar que estava com saudade do vovô.

Ontem à noite voltamos para São Paulo, pois no domingo não tem a visita da noite. Ele não queria voltar, queria ficar no sítio (por questões óbvias).

Achamos que entre hoje e amanhã o meu pai terá alta.

Pensando bem, o final de semana foi muito bom: sábado um dia de alegria, meu pai levou só mais um enorme susto, com tempo para chegar a um excelente Hospital em Jundiaí, Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, onde ele está sendo muito bem tratado...

Mãe de Menino