quinta-feira, 24 de junho de 2010

Minha outra filha

A Florzinha.
Ela foi pra casa com dois meses se eu não me engano. Dia 14 de junho de 2007. Tava um frio danado.
E desde então faz parte da família. Não só da nossa, Giovane e eu. Mas da família mesmo, minha família, a do Giovane.


Algumas pessoas tem mania de dizer que são pais e mães dos seus cachorros, gatos e afins. Eu não.
Sempre deixei bem claro que eu era a dona apenas.
Por mais que tenha sido um super treino pra gente. Aconselho! hehe

Mas a maternidade me amoleceu em relação a isso também.
Pensando assim: nós a trouxemos pra casa, nós somos responsáveis pela sua alimentação, higiene, educação, bem estar, por dar carinho e fazer com que ela se sinta segura e amada.
Faz algum sentido que de alguma maneira sejamos considerados seus pais.

E aí, como boa mãe, tenho me sentido bem culpada.
Porque?
Porque depois que a Beatriz chegou não tenho tido tempo pra Flor.
E o pior, não tinha reparado nisso.
Ela anda super estressada, ansiosa e até arisca em alguns momentos.

Outro dia chegamos em casa, minha mãe e eu.
Uns 40 minutos depois minha mãe me disse: Você reparou que você nem olhou na cara da Flor desde que você chegou?
Não tinha reparado. O que quer dizer que isso deve ser corriqueiro.
Fiquei arrasada. Arrasada!

É tanta coisa, né?
Tinha me esquecido da Florzinha.

Imagina na cabecinha dela, de repente eu fiquei estranha.
Porque cachorro sente sim.
Aí as coisas foram mudando. Ela não podia mais subir na nossa cama.
Eu fiquei barriguda, acordava muitas vezes durante a noite e não conseguia abaixar pra fazer carinho nela.
Nesse meio tempo fizemos uma reforma em casa.
Quarto novo, berço, roupinhas com um cheirinho bom.

De repente eu sumi por uns dias. O Giovane passava em casa de vez quando pra dar comida, água e trocar o jornal.
Aí voltamos pra casa com serzinho que chorava, resmungava e que virou o centro da atenção.
Eu não estava nos meus melhores dias. Não queria nem papo.
Aí a Flor não podia mais latir, não tinha mais tanta atenção e carinho.
Esse serzinho foi crescendo e começou a freqüentar o chão, que era território da Flor.
Passou mais um tempo e o serzinho começou a tentar se comunicar, de um jeito bem desajeitado, é verdade.
Ao invés de carinho, uns puxões, uns tapas.
E esse serzinho foi ganhando espaço. Seus brinquedos ocupam quase a sala toda.
E hoje a Flor tem que dividir seu espaço com a Beatriz.

Não deve ser fácil.

O Giovane consegue dividir bem a atenção.
Eu não consigo, confesso.
Mas tenho que aprender.

Mãe de Menina

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